segunda-feira, 11 de junho de 2012

Culpa dos portugueses

Sem dúvida, a colonização portuguesa foi um dos principais fatos que contribuíram para que os brasileiros sejam um povo que, em sua maioria, gosta de farofa na praia com um pagode bombando.
Junto com as mulheres de bigode, nos foi trazido pelos portugueses o catolicismo em sua forma mais radical, e foi graças a esse catolicismo radical que somos desse jeito.
Vamos então odiar Deus, estar constantemente emburrados e maltratar nossos pais, mesmo sendo eles quem nos sustentam?
Não, nós somos brasileiro adoradores de pagode com farofa na praia, não idiotas.
Esse catolicismo nos fez ser um povo sem opinião por termos medo de irritar alguém quando expomos o que pensamos. Herança do caráter opressor da Igreja Católica naquela época.
Podemos mudar? Lógico! Hoje em dia, a religião não é mais um empecilho para nada, mas mudar dá muito trabalho e não é algo fácil de fazer.
O problema é que os portugueses também nos trouxeram o seu conservadorismo. Enquanto na Holanda a maconha é legalizada, aqui ainda nos assustamos com pessoas tatuadas e mulheres falando abertamente sobre sexo.
Vamos então fazer passeatas carregando cartazes de “Legalize” e botar nossas mães para dizer na TV que o Roberto Carlos a fizeram ficar umidecida?
Não, nós somos brasileiros adoradores de pagode com farofa na praia, não idiotas.
Poderíamos apenas nos espelhar em bons exemplos encontrados em outros países para que, levando em consideração nossas particularidades, possamos melhorar a triste situação em que muitos de nós ainda vive.
O problema é que os portugueses, e sempre os portugueses, nos fizeram ter complexo de inferioridade. Afinal de contas, ter sido colônia de um país que está mais pra norte da África do que para sul da Europa é complicado. E é por acreditar que somos inferiores que não tentamos mudar nossa realidade. É melhor apenas continuar admirando os gringos e repetir a todo momento que “no Brasil, nada dá certo”.
Vamos então organizar um movimento, enjaular um monte de pombas brancas para depois de passar duas horas gritando num microfone e gesticulando com o indicador ereto, soltá-las numa alusão à liberdade?
Não, nós somos brasileiro adoradores de pagode com farofa na praia, não idiotas.
O que fazer então?
Botar em prática outro ensinamento trazido pelos portugueses: o contentamento com o que nos é oferecido, mesmo que seja uma merda.
Como que podemos nos contentar?
Ora, vumbora pra praia ouvir um pagode, comer uma farofinha e dar graças a Deus por não termos sido colonizados por franceses. Uma hora dessas seriamos prepotentes, fedorentos, além de falar com biquinho. Nan...
Pensando assim, Portugal até que é legal! 



É a consequencia do ócio. 

domingo, 10 de junho de 2012

A minha identidade

Desde que me conheço por gente, quando recebo um elogio, esse elogio vem acompanhado de alguma comparação.

- Nossa, como a Gabi tá bonita, tá parecendo aquela fulana...

Tá, é normal nossos traços lembrarem outra pessoa. Eu realmente não ligo quando comparam minha aparência. Ok, mas tudo tem limite.
O que me incomoda é quando confundem a Gabriéla mais adentro. Se comparam minhas atitudes eu fico brabona.
Eu sempre me achei diferente de todo mundo. Tenho olho, nariz e boca grande. Tudo em exagero. Porém, minha sobrancelha é clara e curta pra manter o equilíbrio.
Jesus, você me fez parecendo com nada? Pq sério, não é possível alguém se parecer com tanta gente que não tem um estereotipo definido.
Depois de muito me olhar no espelho. Todos os dias. Cheguei a pensar em usar sombra verde bandeira no dia-a-dia pra me olharem e dizer "Essa menina não se parece com nada!".
Eu sempre quis me parecer comigo. Acho normal quando me comparam com alguém da família. Mas só me pareço com a família do meu pai e ninguém conhece eles. Nem eu!
Já pensei que ficaria mais feliz com algum comentário do tipo: "essa menina é muito sem sal!". Me contentaria com isso ao ser comparada com a Sasha, por exemplo.




Adele:

Quando comecei a ser comparada com a Adele, no fundo, me senti meio preconceituosa por achar que estavam me chamando de gordinha. Porque tirando o fato da Adele ser gordinha, ela tem um rosto simetricamente lindo e equilibrado. Porém, ela realmente não se parece comigo. Não, não se parece!
E teve uma pessoa que me comparou, me chamando de Adele na ironia. Fui no Nutrólogo e consegui ficar 2 semanas numa dieta de proteínas do cão, mas depois achei infantilidade minha.
Tava pesquisando agora e vi que Adele é uma ex-gordinha. O que também achei estranho, pois já li vários depoimentos dela dizendo que se amava gordinha. Depois de ver essas fotos dela magra, acho que se definir como "amante de suas dobrinhas" é quase que um escudo contra críticas.
Tenho um furinho no queixo, bem raso, mas tenho. Acho que é a única semelhança. Só que os furinhos da Adele, são quase testículos, pois são muito definidos. Rss


Sasha:

O Ademir, meu tio, sempre me fala que eu me pareço com a Sasha. Apesar dele ser meu tio, eu não chamo ele de tio e isso porque desde que eu me conheço por gente, ele é casado com a minha tia. Porém, é o segundo casamento. O Tio Zézinho, eu chamo de tio, e eles se separaram antes d'eu nascer. Talvez essa apatia de minha parte tenha começado pelas comparações. Deus, por favor, explica pra ele que eu não me pareço com a Sasha.


Wanessa Camargo:

O Ademir me compara com a Sasha, também me compara com a Wanessa. Embora eu não cante, não seja neta de Francisco, não seja filha de Mirosmar. Tenho que ouvir isso em toda reunião de família. Sem contar que eu não acho ela bonita.


Gisele Bündchen:

Ficaria muito feliz. Mas sempre tive consciência de que meu cabelo, quando mais nova era natural e bem claro. Ondulado sempre foi. Aceitava a comparação por ela ser bonita, claro. E meu cabelo ser parecido, de longe. Mas enfim, NADA-A-VER! E ah, quem me comparava com ela, era o Ademir também. E minha tia Vilma, casada com ele, concordava. Praticamente uma máfia contra minha auto-estima.


Lea Michele:

Fiquei ofendidíssima! Acho que não tem nada a ver, nem o tom do branco dos olhos é parecido. E acho que ela mais parece um homenzinho. Fora do Glee, ela é até bonita, mas não gosto. Detestei.




Assim, não é por nada não, mas eu temo com o dia, que dentro de tantas comparações, eu seja pega de surpresa e seja comparada com a Rossy, assim, na cara dura. Eu já havia dito... "Olhos grandes, boca grande e nariz grande". Não levem isso tão a sério!

Um dia tudo faz sentido

Um dia você conhece uma pessoa que te faz sentir nas nuvens mesmo com os pés no chão. E a vida ganha nova forma, novos tons, novos sons. Você começa a acreditar que tudo tem um significado e uma resposta bonita.
Um dia a vida dá uma reviravolta e quando você olha para os lados não enxerga ninguém. E começa a questionar tudo que aprendeu e viveu. Tenta segurar a mão do passado, que sai correndo sem olhar para trás. Procura qualquer sinal, uma luz que diga para onde você deve ir. Sem sucesso, sem uma palavra amiga.
Um dia você entende que o tempo não é inimigo. E que ele é o nosso maior mestre. Que tudo vem na hora que deve vir. Que não adianta espernear nem se esconder da vida. Que a fuga não é a melhor saída. E que no fim das contas a gente sempre acaba agradecendo tudo que passou. Porque o tempo (ah, o tempo!) está sempre ao nosso lado para nos mostrar o que realmente vale a pena.

sábado, 9 de junho de 2012

No title;

Ando um pouco impaciente. Não sei se um dia cheguei a ter alguma paciência, acho que não. Mas ando impaciente com a vida e com as pessoas. As coisas demoram pra acontecer. E eu tenho tanta pressa. É tanta coisa pra fazer que não sei se dou conta. É tanta coisa pra fazer que algo me trava, me impede de ir. Contraditório, eu sei. O mais lógico seria ter muito o que fazer e de fato fazer. Mas eu faço. Mentalmente. E aí quando chega em cima da hora eu me viro em novecentas e consigo dar um jeito de super-herói em tudo. Sempre foi assim. Na época da escola eu deixava pra estudar na última hora. O resultado foi uma bela e trágica reprovação. Dizem que a gente aprende com os erros. Eu preciso errar muito pra começar a fazer as coisas direito.


O que é mesmo fazer direito? O que é mesmo ser normal hoje em dia? Acho tão fora de moda utilizar essa linha imaginária: daqui pra cá é normal, daqui pra lá é loucura. Todo mundo tem uma pitada de tudo. É esse o tempero das pessoas: um tablete de insanidade e outro da tal normalidade. Eu acho meio chato ser normal. É por isso que desde pequena me acham esquisita. Me senti durante algum tempo inadequada, diferente. E descobri que isso não é ruim, não.
Ando um pouco distraída com meus defeitos. Tenho aprendido com eles um pouco sobre tudo. Ando mais tolerante com meus erros. E mais aflita ao perceber as maldades do mundo. Isso me traz uma descrença no ser humano. Sabe, as coisas andam difíceis de engolir. Não sei lidar com egos, disputas de poder, puxadas de tapete, fofocas de sexta série y otras cositas más. Tenho mais o que fazer da vida. E acho que nunca estive tão focada na minha vida, nas minhas coisas, no meu futuro.
De vez em quando me perco dentro de mim. É engraçado, mas fico contando coisas para meus botões. Listando tudo que quero fazer até o fim da vida. É tanta coisa que acho que não vai dar tempo. Vou torcer que dê. Porque a vontade de fazer é imensa. E intensa. Deve ser por isso que ando mais quieta, mais na minha, escondida em um cantinho de mim. Fico querendo guardar as coisas para não deixar escapar nada entre os dedos. É uma vontade louca de fazer. Ando escondida, eu sei. Vivendo por dentro e por fora. Às vezes aos trancos e barrancos. Mas acho que a vida é isso mesmo, um dia é bom e o outro é uma porcaria. Não dá pra ser feliz o tempo todo. Por sinal, desconfio de felicidades instantâneas e constantes. Soa meio falso. Gente de carne e osso é alegre e triste. É inconstante. Porque a vida é montanha-russa. E eu adoro andar nela. Por isso vivo sempre na fila do parque.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Aprendizagem?


Deitada com os pés voltados pra cabeceira e a cabeça para o pé da cama, de modo que pudesse ver as estrelas pela janela sem ter que me levantar, imaginava se já passava das dez. Tive ímpeto de checar, mas me contive. Depois de um banho quente e um pouco de vinho, já não sabia se esperava o alívio de todas as minhas dores ou uma pizza de muçarela. Tampouco sabia se tinha 15 ou 70 anos, a mente perdida naquele misto de euforia e nostalgia.

-Merda, vou beber mais.

Peguei a taça vazia e fui atrás do resto do vinho. A garrafa parecia torcer o nariz:

-Fraca.

-Cala a boca, sua garrafa.

Nem era uma garrafa. Era uma garrafinha. Não tinha vidro pra nem meia garrafa. Tinha mais é que ficar na dela.
Voltei pro quarto e sentei na cama. Pensei em beber aos poucos, pra condizer com o clima calmo e equilibrado do quarto, mas queria deitar logo. Tomei tudo num gole e fui espiar a rua, dando tempo pro liquido se acomodar no estômago. E então eu o vi.
Não podia desenhar detalhes alí da janela do quarto andar, mas me parecia alto, magro e vestia camisa e calças escuras. E ajeitava duas caixas de papelão, numa distância suficiente para que acomodasse os pés dentro de uma e a cabeça dentro da outra, se cobrindo com uma terceira.
Fiquei zonza. Olhei pro lado, para a cama de casal, que acomodava uma só mulher. Que nem era uma mulher. Era uma mulherzinha. Não tinha tamanho para nem meia mulher. Mas tinha aquele quilômetro de cama, mais coberta e fronhas com estampa de patchwork.
Parecia que eu ainda olhava da janela, mas quando notei, estava parada na portaria com uma coberta nas mãos.
Era mais velho do que me parecia lá de cima, e tinha apenas dois dentes que se pudesse ver. Mas fui eu quem não deu conta de absorver a enxurrada de informações que ele despejou em menos de 15 minutos, discorrendo de forma brilhante sobre fé, vida e esperança, e deixando fluir um conhecimento escancarado sobre história, biologia e matemática, enquanto eu não conseguia dizer palavra.

Não quis me contar o que diabos nessa vida o fizera acabar alí, na minha calçada. Mas nem precisava.

E eu, tinha trocado um cobertor por uma boa dose de vergonha na cara.


E pra complementar, vai um texto de Clarisse Lispector, que encaixa muy bien com a minha reflexão. Com trilha de Lenine, pelo mesmo motivo.


“Mas olhe para todos ao seu redor e veja o q temos feito de nós e a isso considerado vitória de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficando do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença,sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos do que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.

E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.”

                                              (Lispector, Clarice. Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)

Astrologices

Hoje, mais cedo, estava eu checando uns correios eletrônicos da vida, e como numa boa manhã de feriado, não tinha porra nenhuma de interessante, resolvi checar o meu abandonado Orkut. Aí fui lá conferir um provável desabafo de algum amigo bêbado de meses atrás, proveniente da última madrugada da época.
Qual não foi a minha surpresa quando, na página inicial, li a minha sorte de hoje que dizia: “Se seus desejos não forem extravagantes, eles serão realizados”.
Pô, fiquei chateada. Ontem mesmo eu havia decidido que depois da cobertura e de uma casa na praia, eu ia querer um fazedor de suco particular. Humano.
E esse meu chateamento me levou a refletir sobre me incomodar com uma frase cuspida por um estagiário do Google. Caros leitores, perdoem a farofice, mas em tempos remotos, astrologices muito me agradavam.
Poooode falar que é coisa de gente tosca, pouco instruída, coisa de pobre, whatever. Mas por mais que eu me esforçasse pra me convencer que aquela porcaria não valia um palito, eu sempre acabava com uma pulguinha atrás da orelha. Feito mulher quando diz que não tá nem aí se o cara não ligar. Por trás da expressão blasé, há um descabelo master.

É.

Digo mais: quando bem nova, costumava comprar revistinhas do João Bidu TODO MÊS. Prontofalei. Uma fase negra repleta de previsões, significados de sonhos, livros de Wicca, runas, incensos e o diabo a quatro. Depois dos Backstreet Boys, e óculos coloridos foi essa porra toda que levou a minha grana adolescente por um bom tempo.
Acontecia de eu ficar meio frustrada quando nenhum livrinho sabia me dizer o que significava sonhar que tinha um aparelho de som automotivo instalado no estômago, ou um primo do tamanho duma lata de cerveja que ficava roxo quando eu não o alimentava, mas no fim das contas era um prazer quase sexual ler sobre como eu era uma virginiana poderosa, fatal e fodidamente foda.

-Oh, imagine! Cê acha mesmo?!

De qualquer forma, um dia enjoei e queimei tudo numa carriola (irrelevante), mas ainda continuei a correr os olhos pelo horóscopo quando abria um jornal. Também não vivia em função, não ia deixar de sair se me dissessem que um piano cairia sobre a minha cabeça, mas certamente prestaria mais atenção ao que viesse de cima. Ou de baixo, ou de trás, enfim, de onde pudesse doer.

Noite passada mesmo, sonhei que estava voando, e depois encontrei por aí que sonhar que estou voando significa concretização de meus sonhos mais elevados. Diz se não é estimulante!

Só que hoje funciona assim: ainda a-do-ro uma bela astrologizada, mãss veja bem: se vier me falar que vai dar merda ou que vai dar morte, eu apelo pra lei da atração, faço melhor de três ou até de quatro (epa). Eu poderia usar a senha da minha irmã e decidir que a sorte dela agora é a minha. O que interessa é me favorecer, mano. Felizmente, depois de tanto acreditar em baboseira, eu descobri que o meu caminho só pode ser construído por mim.

E se precisar, as estrelas que mudem de lugar.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Linguagens

Existem inúmeras formas de se expor sentimentos e ideias. Particularmente, acho a fala a mais besta delas. É justamente falando, que a maioria das pessoas NÃO consegue se fazer entender. Como se o grau de subjetividade fosse inversamente proporcional à facilidade de exposição.
Assim, a gente acaba com preguiça de concatenar tanta coisa rodando na cabeça e se despede com “boas férias”, “até mais” e afins ou pergunta a hora, pensando no sentido da vida.
Eu já escrevi um email pra ser lido na minha frente, só pra não correr o risco de perder a linha de raciocínio e não conseguir dizer tudo que precisava. E é assim, eu falo demais sem dizer nada e digo tudo sem abrir a boca.
E tem gente que pinta o que sente, outros dançam, outros presenteiam. Tem quem fere, querendo dizer e tem quem diz, querendo ferir quase que fisicamente.
Não é o fim do mundo quando duas pessoas usam linguagens diferentes. Uma sempre pode aprender a linguagem da outra e, quando isso não é possível, sempre há uma forma de tradução. Uma amiga da minha irmã ficou com um cara que só falava inglês. Ela, sabia meia dúzia de palavras, incluindo “kiss me”. Conversaram por mímica a noite toda. Nem tudo podia ser entendido assim, então eles usaram um tradutor online.

Tem horas que não precisa mais do que olhar, pra mostrar tristeza, desejo ou raiva.

Por isso eu sinto por quem não tenta nenhuma das formas e deixa tudo não-dito, como se não fosse fazer diferença. Esses vão ficando pra trás. Esses matam o amor. E vão morrendo junto, sem que a gente possa fazer nada.
Mas os meus preferidos são os que cantam ou tocam algum instrumento. Que juntam todas as linguagens numa só e fazem você se apaixonar até pela melodia que embrulha um contexto onde você se fode. Tem que ter muita alma, muito sangue correndo.

Aos músicos, o meu respeito.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Nenê!

"..Nunca se esqueça, nem um segundo que eu tenho o amor maior do mundo.."




terça-feira, 1 de maio de 2012

Nothing is real

Às vezes a gente sente uma saudade imensa de umas coisas que nunca aconteceram realmente. A nostalgia das referências, que com o passar do tempo viram memórias errôneas de sentimentos que você sequer sentiu.
O passado que era mais fácil, mais intenso, mais colorido, o cheiro da chuva, as tardes ociosas, os amores, as amigas, o parque de diversão, as viagens, o bolo de cenoura quentinho, o colegial.. Tudo isso, na verdade mesmo, não foi tão bom como a recordação. e suas memórias se tornam essa junção bizarra e absurda de amelie poulain com almodovar, que mesmo quando entediante e trágico te remete ao lindo.
Nada é real.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cinto minutos.

Uma vez me disseram que a minha vida é um livro aberto e que isso é uma merda pras pessoas ao meu redor. Eu nunca entendi o raciocínio, já que quem me ama não deveria se sentir ameaçado ou chateado com o fato de a vida nunca poder me enfiar o dedo na cara e dizer que eu sou uma farsa.
Pelo contrário, deveriam (sei lá, num cenário utópico da perfeita medida da coerência humana) se orgulhar do dia em que eu decidi deixar de dormir apertada, dividindo o travesseiro com as minhas mentiras apaziguadoras.
Porque, felizmente, desde muito cedo eu resolvi nunca esquecer o quanto valem cinco minutos na minha vida. E, às vezes, as pessoas ao redor de quem pula de olhos fechados pra sentir o vento, enroladas em suas amarras imaginárias sociais e psicológicas e em suas mazelas, não conseguem processar a alegria de uma criatura viva, fazendo jus ao sangue que lhe corre nas veias.

Ah, se a toda essa gente:

não deixasse de fazer o que quer por medo das câmeras
não deixasse de comer porcaria porque engorda
não deixasse de dizer que não sabe por medo de parecer burro
não deixasse de cantar alto por medo de desafinar
não deixasse de trepar no chuveiro por medo de destruir a maquiagem
não deixasse de sambar mesmo sem saber
não deixasse de se apaixonar por medo da tempestade causada pelas consequências

Saber o quanto valem cinco minutos na sua vida, é saber pra quê, afinal, o seu coração bate. É não viver um dia sequer sem sentir frio na barriga por alguma coisa nesse mundo. Você já reparou que NENHUM dia vai voltar? Que você tem apenas UMA chance na vida de fazer o dia 30 de Abril de 2012 ser uma data digna de ser memorizada? Que daqui a pouco agora já é ontem?
E sim, nessa de viver o que não se deve deixar de viver, às vezes, a gente atropela pessoas. Simplesmente porque não dá pra levar todas elas com a gente. A Florence diz que você não dá pra carregar todo o amor se quiser sobreviver e o Kundera diz que a gente já entra no palco da vida atuando, sem ensaio, sem rascunho.
Eu só sei de uma coisa: se meu corpo parar, o seu continua. Se eu morrer, ninguém morre comigo. Quando dói, só eu sinto. Então qual é a lógica de não viver o que um outro coração não quer?

Até porque a maioria dos corações não vai te dar ouvidos quando quiser voar. E eu acho é lindo.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

me, myself and i

Desde pequena, eu sempre vaguei por vários universos bem diferentes. Na escola, era amiga dos inteligentões, dos excluídos, dos pobres, dos ricos, do fundão, dos professores e das faxineiras. Fora isso, tinha a minha famíla, e, com o passar do tempo, todas as turmas que foram cruzando o meu caminho, como a do quarteirão, a do reforço(hihi), a do inglês, as virtuais, as agregadas, as certas e as tortas, as velhas e as novas.


E em cada um desses universos eu criava uma nova Gabriéla, que se encaixasse. Essa sempre foi a melhor parte, em cada novo universo, você pode assumir um novo você, com elementos do que tá à sua volta e elementos teus.


Isso é MÁGICO.


É nessa que você se constrói, é de cada pedaço que você pega pelo caminho e vai colocando dentro de você que você é feito. Eu sempre digo pros cariocas que aqui em São Paulo eles é que devem dar um beijinho só, se eu for pro Rio, eu dou dois. Eu ensino os mineiros a dizer mano e aprendo com os gaúchos o que é chinfra.


Mas uma vez me disseram que “mudar” de acordo com o ambiente e as pessoas que me cercam é errado e mostra que você não sabe quem é, ou que tá mentindo pra um dos lados.


Só que se você sair só andando na água, você se afoga. E se sair nadando na terra vão te dar choque no CÉLEBRO. Não dá pra virar um saco de atitudes predefinidas, isso não é viver, isso é encenar a própria existência.


Vou te falar o que é errado: atacar uma pessoa por ser várias ou não amar todas as pessoas que essa pessoa possa ser. Porque o sorriso dela é o mesmo em todo lugar, o olhar também, o cheiro também. E o que ela sente por você, também! Isso também vale pro que ela NÃO sentir.


Quando o outro é 10 e a gente é 10, a gente acaba sendo 20. Na minha cabeça, não faz sentido querer diminuir o resultado dessa soma.






Substanti(vo)látil. :)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

...

Se ter as coisas realizadas da forma como você quer for a medida para uma vida de sucesso, então alguns diriam que eu sou um fracasso. 
A coisa mais importante é não se amargar pelas decepções da vida, aprender a deixar o passado para trás. Eu reconheço que nem todo dia será ensolarado, mas quando você se encontrar perdido na escuridão e no desespero, lembre-se: somente na escuridão da noite, podemos ver as estrelas. E nenhuma estrela o guiará de volta para casa, então não tenha medo de cometer erros ou de tropeçar e cair, pois na maioria das vezes os melhores prêmios vêm quando se faz àquilo que você mais teme. 
Talvez você consiga tudo o que deseja. Talvez você consiga mais do que jamais tenha imaginado...
Quem sabe onde a vida te levará?
A estrada é longa.


E no fim...
A jornada é o destino.

(One Tree Hill)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

-



Tem gente que acha que engana e usa tudo quanto é desculpa pra se justificar e justificar as justificativas. Entendeu? Não? Explico: tem coisa que não convence mais.

Desde que o mundo é mundo, homens acham que nos enganam. Que meia dúzia de rosas e palavras compram perdão, que um jantar pede desculpas e um sorrisinho já te leva de volta pra cama. Não, moço, o senhor está enganado, vai ter que fazer muito melhor do que isso. Mandar flores, pedir desculpa e declamar Camões não significa que eu vou voltar correndo jurando que você é a última fruta do jardim do Éden e é o que tem pra mulherada hoje. A verdade é que o jardim ficou velho, as frutas, maduras e as mulheres, filhas de Eva, estão dando nó na Serpente e usando pra enfeitar o pescoço. Ou seja, ficaram espertas.

Gostava da situação tanto quanto você, mas com sentimentos diferentes. Gosto de atenção tanto quanto você. Gosto de ser notada, conquistada e querida tanto quanto você. Não usa seu pouco tempo e disponibilidade para justificar todas as vezes que você não pode estar junto.

E também não vai pensando que eu estarei ali, linda, sorridente, de bom humor para quando você quiser. Esperar? Espero, sim. Mas me dê um motivo todos os dias para querer esperar o próximo e achar que vale a pena. As portas do mundo estão abertas, e eu ainda conto com a minha liberdade para bater em todas elas. Não vai pensando que eu não sou capaz de ir embora, porque eu sou.

Eu quero sorrir todos os dias. Quero ter razões para acreditar que eu sou, sim, uma opção e estou entre as primeiras. Não vou esperar que você termine as 24 horas do seu dia e me deixou para o final só para me dar um frio e seco “boa noite”. Eu sei o que é ser deixada para depois e bastou uma vez para eu não querer repetir a experiência. E não vou. Portanto, não me faça perder meu tempo.

Gostar, gosto. Querer, quero. Esperar, espero. Já esperei tanto! Mas não me deixe sempre para depois. Não me deixe sempre para mais tarde. Não me trate como a 18ª opção só porque eu também não sou a 1ª. Pode ser que eu me canse e um dia não esteja mais lá. E pode ter certeza: vai doer mais em você do que em mim. Até porque o que tinha que doer, já doeu. E não foi pouco.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

The end of the world as we know it

E o Doni disse que o mundo pode acabar. Ele acabou de reafirmar no Twitter, e não faz o mínimo sentido eu vir correndo escrever esse texto pra dar tempo de alguém ler, se o mundo for acabar mesmo.

Então, na verdade, eu não estou escrevendo pra vocês, e sim pra mim mesma, pra tentar entender o porquê de não conseguir saber o que eu quero fazer agora se o mundo for acabar daqui a pouco.

Eu estou em casa, com os fones de ouvido, e fucking ironicamente está tocando “Keep The Faith” doBon Jovi. Meu maxilar dói, como sempre dói, e eu já tomei dois comprimidos de Dorflex, e não ia tomar mais porque faz mal. Mas se o mundo for acabar mesmo, não quero passar as últimas horas com dor na merda do maxilar.

Péraê. Passei a manhã toda com vontade de comer uma trufa e não o fiz por que estou de dieta. Mas se o mundo for acabar isso não faz diferença, então aguardem um minuto que eu vou comprar uma.

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Pronto.

E nesse exato momento, essa trufa, esse pedaço de coisa doce me confirmou que eu sou uma panaca. Porque ela é tradicional. De novo. Nem perto do fim do mundo eu consegui experimentar um sabor novo de trufa.

Aliás, eu não queria uma. Eu queria cinco, DEZ trufas. Queria me entupir de trufa até vomitar. Mas não tenho coragem. Como também não tive coragem de xingar o cara que me esmagou no elevador na volta, pra subir apenas um andar. E isso apesar de o tempo lá fora estar cinza, colaborando com o clima de fim do mundo.

Sentada aqui, eu fico pensando nas coisas que eu faria. Quando na verdade, tudo o que eu faria seria pensar no que eu faria. Porque se eu fosse mulher, pegaria esse telefone e ligaria pra falar um “If I give up on you, I give up on me”, ou uma frase cafona do Bon Jovi pra dizer que eu não aguento mais não ter ele aqui, pra voltar ou me esperar ir.. Ou pra mandar pra puta que o pariu mesmo, porque faz tempo que ele tá fodendo com a minha vida e com a minha sanidade. Ninguém imagina! Aff

Entraria no Facebook daquela lambisgóia e diria pra ela que ela parece o Costinha. Porque ela parece mesmo e eu odeio ela! A mãe dela não poderia ter um nominho menos feio? Abreviação normal, disfarçado num nome feio! Sairia dessa cadeira AGORA e pegaria o ônibus pra Novo Horizonte porque é onde eu queria estar, com a minha familia. Mas antes disso, passaria na lanchonete e diria pro carinha de lá que é RIDÍCULO quando ele me chama de anjo azul e que ele não vai conseguir nada comigo me dando chocolates, NUNCA.

Mandaria pro inferno todo mundo que está me interrompendo enquanto eu tento raciocinar e escrever esse texto.

Tiraria os fones de ouvido, e cantaria pra todo mundo aqui ouvir, como eu estava cantando agora a tarde "Brighter than sunshine", só porque estava sozinha. Eu canto bem, e nunca deixo ninguém ouvir. Pintaria meu cabelo de novo, porque eu queria ter nascido morena. Falaria pro menino que sentava do meu lado no colégio que eu NÃO SUPORTAVA ele fazendo aquele barulho com o nariz, e que era nojento!

Se eu fosse mulher, eu desabaria a chorar aqui mesmo, agora, porque é o que eu tô com vontade de fazer. E jogaria uma garrafa na cabeça daquela menina que me encarava com aquela fuça esnobe no banheiro.

Mas eu não vou fazer nada disso. Simplesmente porque eu já devia ter feito. Não deveria ser a proximidade do fim a única coisa que iria me convencer a fazer todas as coisas que eu quero fazer. Todos os dias da minha vida, ao acordar, poderia ter sido meu último dia. Eu sempre pensei que podia cair, bater a cabeça no meio fio e morrer. Eu tentei dizer isso tantas vezes, e ninguém nunca me entendeu.

É por isso que eu jogo cadeiras quando brigo, bato e peço desculpas num intervalo de cinco minutos, xingo e digo que amo, por isso que eu já saí da minha casa às duas da manhã pra bater naquele portão, e nunca quis deixar pra terminar uma discussão no outro dia. É por isso que pegava o ônibus e viajava depois do expediente pra voltar na manhã seguinte e nunca tenho paciência. É por isso que eu errei tanto a minha vida toda, e me arrependi em seguida. É por isso que eu acertei tanto também.

Se o mundo acabasse amanhã mesmo, eu teria certeza absoluta que tentei de todas as formas, com todas as pessoas. Todos eles sabem o que devem saber. O quanto eu sou descontrolada, nervosa e briguenta, o quanto eu os amo com todas as minhas forças, e que se eu tivesse sete vidas, daria todas por cada um deles, sem pensar uma vez sequer.

Eu não quero, e não vou comprar um sabor novo de trufa. Porque é a tradicional que eu amo.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz.. Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.


Chico.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quase vinte anos...

Eu tô em crise. Sério. Enlouquecida.

Crescer é bom, mas não é fácil. Mudar idem.

Quando se é criança, a segurança é garantida, pois não depende da gente, e sim de todo mundo que nos rodeia. Nosso único dever é acordar e viver. Simples assim.

Na adolescência, a coisa pode mudar um pouco para alguns, ou continuar na mesma, para outros. Novamente vai depender do teu progenitor, ou de quanto ele te “paitrocina”.

Um belo dia, o meu me disse que era hora de me virar. A água bateu e fui aprendendo a nadar.

Até então, você ainda pode errar. Ainda pode se dar ao luxo de ser vagal no colégio, de arrumar um empreguinho furreca com seu pai, apenas pra ter grana pra balada. Mas tudo tem seu preço. A essa altura, você ainda não manda nada e vai ter que continuar seguindo as regras da casa, voltar no horário estipulado e aguentar o perrengue se alguém perceber que você não consegue enfiar a merda da chave no buraco da fechadura de tão bêbado.

Com o passar dos últimos anos da adolescência, a sede por independência e privacidade vai aumentando quase que em progressão geométrica. Você vai querer sair sem dizer pra onde vai, voltar quando quiser (ou não voltar), vai querer o seu espaço, o seu tempo, levar seu namorado pra dormir em casa, levar os amigos pra uma reuniãozinha, ou ter a casa toda pra andar pelado ouvindo um megafuckingloud rock'n roll pra relaxar, depois de um dia de trabalho.

De qualquer forma, isso tudo simplesmente não combina com a sua mãe esquentando o seu leitinho de manhã.

E por causa dessas e outras, em alguma hora, depois dos 18, 19 e antes dos 25 anos, a sua cabeça vai dar um nó. Você vai se dar conta que tem que dar um jeito na vida, não importa como. Vai se dar conta que não é, nem de longe, tão adulto quanto achava que as pessoas de 20 e poucos fossem, quando você tinha 15.

Vai se dar conta também que o tempo passou mais rápido do que você esperava, que você não evoluiu absurdamente daquele primeiro emprego no shopping, que era bom mas não o suficiente e que está longe de onde imaginava que estaria a essa altura. Por conta disso, vai surtar imaginando onde estará daqui a alguns anos.

Tem gente que continua com a vida de sempre e de alguma forma tenta conciliar esse troço da liberdade com as regras impostas pelos donos da casa, seja fazendo acordos, fazendo chantagem emocional, seja quebrando tudo e vencendo pela força.

Aqui, não tem coisa mais ridícula do que um cara de vinte e poucos anos, morando em casa, usando o carro da mãe, trabalhando com o pai, e querendo dar ordem porque, afinal, ele é adulto.

“Puta que pariu, mãe! Cadê meu leite, porra!? Tô atrasado!”

Como eu já disse, mudar não é fácil, mas é necessário. Eu estou com 19 anos. Olhando em volta, todas as minhas roupas, as minhas coisas, tudo está prestes a ser guardado e empacotado, pra sair de uma cidade de 500 mil habitantes e antes ter saído de uma cidade de 35 mil habitantes, e agora ir morar no meio da selva.  Na terra da garoa, Sumpaulo. Não faço a mínima idéia do que vai acontecer, mas preciso arriscar.

Ainda tem um bom caminho até a minha cobertura no Morumbi. Mas quando chegar lá, eu mando o convite da festa.  :)

domingo, 15 de abril de 2012

I can do it!

Quando criança, eu era fascinada por todo e qualquer tipo de adultice. Dirigir, trabalhar, fumar, fazer compras, tudo me parecia tããão chique. E as minhas melhores histórias foram motivadas por essa mente precoce.

Eu tinha um aterrorizante costume por volta dos 4 anos de idade: fugir. Aterrorizante pro coitado que estivesse incumbido de vigiar a minha minúscula pessoa, pois pra mim, era só aventura. Eu corria desembestada portões afora, rumo à liberdade que ia me permitir fazer tudo aquilo que eu achava emocionante. Numa das fugas, me encontraram no mercadinho da rua de cima, com uma cestinha em mãos. Bolachas, chocolate, e mini absorventes íntimos. Porque aqueles eram do meu tamanho.

Enfim, no meio das coisas admiradas estavam – óbvio – os afazeres domésticos. Aiminhanossa, QUE legal era aquilo! Cozinhar, lavar louça, lavar roupa!

E nessa admiração louca e selvagem, eu vivia querendo ajudar. Mas só me deixavam tirar o pó das coisas, fato que me deixava assaz emputecida.

Um dia eu decidi lavar a louça. Dane-se. Estava sozinha em casa, iam chegar e me admirar eternamente. Peguei um banco, subi (uia), e fui me completar como mulher. Aos 6 anos. Olhei pro lado e lá estava ele, a bela louça branca reluzindo, meu amigo das horas de desespero: o filtro d’água (vaso sanitário em cima da pia NÃO). Então tive uma idéia que ia enaltecer homericamente a minha pessoa perante todos e para todo o sempre: botar água no troço.

O que eu consegui foi derrubar aquela porra de cima da pia. Espatifou no chão, e eu chorei sozinha por meia hora antes de criar coragem de ligar pra minha mãe. Patético.

Enfim, alguns anos mais tarde, eu me lembrava dessas coisas com um ódio mortal enquanto limpava o banheiro sob ameaça de não sair no final de semana caso o serviço estivesse malfeito. E durante muito tempo, uma palavra era sinônimo de terror, pra mim: faxina. Nessa época, eu até perdi o gosto pela sexta-feira. Virou um dia amaldiçoado.

E quando saí do cursinho de inglês que eu mal frequentava, devido a matança de aulas pra ir na lan house ver  carinha cabeludo que eu namorava, passei a cozinhar para a minha família. Virei a Amélia oficial do meu lar interiorano. Uma diarista não remunerada. Mais ódio. Ódio com azeite e Sazon.

O que eu não podia adivinhar é que todo esse ódio ia valer a pena quando eu tivesse que cuidar sozinha do meu próprio traseiro. Os próximos parágrafos são dedicados à senhora minha mãe:

Mãe, muito obrigada por através de muito trabalho escravo me transformar num às das panelas e dos afazeres domésticos. Graças à você, eu sou uma dona de casa foda e uma cozinheira mais foda ainda. Valeu mesmo!

Mas não posso esperar pra te ver lavando talheres na MINHA pia.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Tempo, tempo, tempo, tempo..

Haters gonna hate, mas a real é que eu não suporto quem fica de mimimi falando que a infância dele foi melhor do que a infância das crianças de agora.

Claro que foi. Foi a SUA infância.

É, sou de 1992 e tenho míseros 19 anos. Minha infância não foi há tanto tempo assim. Mas, na minha infância, você precisava ter muita grana pra ter videogame, computador, celular, internet e tv a cabo. E meus pais não tinham pra tudo isso.

Meu “acesso à tecnologia” era o super nintendo com os mesmos jogos de sempre e, às vezes, um joguinho novo que eu e minha irmã alugávamos na sexta-feira, porque a devolução caía no domingo e eles estendiam até segunda. Ou, no máximo, uma fita nova que meu primo-vizinho me emprestava, quando pegava com os amigos dele.

Computador? No sir. Isso era só no trabalho do meu pai e para trabalho mesmo. E na loja do meu tio, me lembro que ele comprou vários computadores, e em dois meses estavam todos quebrados, pois eles não se importavam muito. Tinham vários e não faria diferença. Não era o que acontecia com a gente. E ah, tinha acesso no colégio também. O primeiro computador da casa foi quando minha irmã entrou no Ensino Médio. E aí a internet era discada AND cara, então era só no domingo.

Celular ganhei faltando um mês pros meus 13 anos. Minha irmã já tinha! Ganhamos o mesmo celular, “o primeiro com tela colorida”, segundo o meu pai.
Antes disso, nossa diversão era trocar o toque do celular dele por um monofônico “La Cucaracha” e ligar pra ele enquanto estivesse na fila do banco, só pro véio passar vergonha. A gente nem via a cena, mas só de imaginar a cara dele, morríamos de rir.

Meu ponto é: eu tinha pouco acesso a essas coisas, assim como era com a minha irmã, nove anos mais velha que eu, ou meus primos, 5, 7 anos mais velhos. Mas quando a gente tinha, cara, era MUITO MASSA.

Minha infância foi maravilhosa. E eu me divertia muito descendo de carrinho de rolimã com meus primos e minha irmã… Tanto quanto me divertia quando a gente se juntava nas férias pra passar uma fase foda do Super Mario World.

O capote que levei com minhas 2 primas e minha irmã descendo no genial carrinho de rolimã com rodas de velotrol planejado para 4 pessoas que meu primo criou está guardado na minha cabeça com o mesmo carinho que guardei o tilt no videogame logo depois de fiiiinalmente passar aquela fase desgramada do mundo especial, a “Tubular”, porque pulamos demais e trombamos com o console sem querer. Foi uma tragédia.
Sem contar dos Teleféricos feitos com engradados de supermercado. O máximo do improviso. Eram simples e genial!

Nossa infância vai ser sempre maravilhosa. As crianças de agora não vão se arrepender de nada. Eles vão se divertir com as coisas novas que vão aparecer e lembrar com carinho das antigas.

Ou será que a emoção de jogar um Wii ou um Xbox com Kinect pela primeira vez foi só minha?

E, quem somos nós para falar deles?! Com a minha idade, minha mãe estava casando com meu pai e planejando uma vida inteira. E eu não sei nem o que vou fazer daqui um semestre, quando começar a faculdade. Eles compravam móveis para casa. Eu penso em comprar um tablet.

O que eu vejo? Um monte de marmanjo de 30 anos SE DIVERTINDO HORRORES com um aplicativo para iPadPodPhone e reclamando de crianças que jogam joguinhos.

Se temos direito de reclamar da infância que essas crianças de hoje levam, acho que nossos avós tem também o direito de reclamar da nossa. Ou mesmo da nossa vida atual, né?

Alguém se arriscaria a perguntar pra minha avó, que casou com 15 anos (porque o pai dela ia mudar de cidade e era mudar ou largar do namorado), lavava roupa no riacho e estendia na grama e limpava a casa da sogra subindo em banquinho pra limpar no alto, mesmo grávida de 8 meses, o que ela pensa da vida que levamos agora?

I don’t think so.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Quer um conselho?

Assim como no final de 2010, poderia ter feito um post sobre minhas metas para o ano seguintel. Ensaiei, ensaiei e nada. Poderia também fazer um post sobre o que me aconteceu de legal no ano de 2011, mas isso vai ficar também para outra ocasião. Hoje só quero reclamar um pouco.
2011 me rendeu dívidas. Só quero reclamar e aconselhar mesmo.

1) Quando e se um dia se mudar de cidade, leve suas amigas junto ou brigue ou as mate. Senão vão gastar uma fortuna com passagens, gasolina e drinks.
Vocês podem optar também em fazer a "linha Kátia" e recusar todos os convites de visitas. Pode funcionar!

2) Se um dia saírem de um Pub e a caminho do carro encontrarem um gatinho muito, muito, mas muito fofo, não o peguem no colo. Evite contato. Não se apaixonem. Principalmente se esse gatinho for carente e tentar "mamar" em vocês. O que é uma fofura djowtro mundo. Não os olhe no olhos. É uma cilada!
E ainda se você morar com uma irmã mais velha que saia pra trabalhar de manhã e deixe seu gato escapar, o que causaria um desaparecimento, seguido de acidente e você se debulhando em lágrimas atrás de um veterinário as 23h, que por mais que seja gente boa, vá te arrancar um dos rins para pagar a conta. Se isso acontecer com vocês, não vá nem ao Pub. Mate a irmã, o gato e o veterinário para não ter que deixar alguns R$3.000 em internações, anestesias e cirurgias.

3) Não assinem Nextel. E se você é alguém como eu, que bebe como eu. Que já perdeu cerca de 5 RGs. Porta-cartões com cartão e cpf. Que se perde vez ou outra dentro da própria casa ou até mesmo, se perde dentro da própria mente, não compre o celular mais caro por ser o único celular bonito, mesmo sabendo que não vai durar mais do que 3 meses, e como comprei escondido, viria na fatura durante 10 meses. Fumo!
Bebi, me joguei na piscina com o celular. Sobre o efeito do tal etílico, me deparei com algo no fundo e jurei ser um sapo. Pisei umas 2 vezes para ter certeza e sai correndo. Peguei a peneira e encontrei meu celular. Sentei, chorei e pedi pro Di me levar na nextel, mesmo bêbada.
Resumindo: corro todos os dias para pegar minhas faturas, vai que meu pai aparece aqui do nada e de repente vê que devo um celular que ele nunca viu.

4) Use apenas batom, blush, rímel. Ter vício em maquiagem me rendeu muita dívida também.

5) Nunca trabalhe em Shoppings.

Agora que eu já reclamei, já posso falar sobre as coisas boas que me aconteceram.. Mas isso vai ficar para outra ocasião.


Hasta la vista!

domingo, 1 de abril de 2012

Hoje!

Decidi hoje falar sobre coisas das quais eu não tenho nenhum conhecimento;
Citar filmes dos quais eu não achei tão bons, mas como são cults não me atrevo a dizer que não gosto;
Decidi gostar de todas as bandas cool, e tem que ser o mais desconhecidas possíveis, e se passar na MTV eu deixo de gostar, mas pra falar a verdade nunca ouvi o álbum todo dessas bandas;
Gostar de literatura, Dostoievski e mentir pra todos dizendo que nunca li um best-seller;
Decidi hoje filosofar sobre a vida usando o único autor que eu conheço Nietzsche, e o conheço mal, tanto que ao falar sobre, o mesmo deve estar se revirando no caixão;
Criticar a sociedade usando autores dos quais eu só ouvi o que o professor do pré-vestibular falou;
Decidi hoje acreditar no comunismo. Trotsky e Marx são os meus ídolos, mas reproduzo fielmente em minhas ações o modo de produção capitalista e não tenho a mínima idéia de quem é Trotsky;
Decidi hoje que sou hype, seja lá o que isso signifique.
Ah!! Também sou vegan! Coitadinho dos pobres animais que sofrem como qualquer ser humano racional. Mas a minha bota é de couro original, tá? Porque já tentei usar couro sintético e é o ó.
Sabe o que é o mais bacana? As pessoas como eu não vão nem desconfiar que eu sou uma burra que só reproduz as coisas que ouço por aí sem o mínimo de senso crítico e vão me achar o máximo! ufa
É… essa é a intelectualidade dos dias de hoje.
Mas tudo bem, porque eu decidi ser assim por hoje. Só hoje.



Rá! 1º de Abril..

Ps: Ótimo dia pra se começar algo que provavelmente não vai ser levado a sério. Mas eu prometo que vou tentar.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Como nossos pais?

Lá no Descanso do Vovô, a gente tem mania de papear por horas com os velhos sobre o passado deles e como chegamos até aqui.
Na última dessas, eu fiquei horas refletindo sobre o que eu ouvi e cheguei a algumas conclusões.
Meu pai saiu do sítio e começou a trabalhar por volta dos 8 anos de idade, empacotando compras. Minha mãe tinha condição melhor, então não precisou trabalhar tão cedo, mas o Vô Bié, perdeu muitos dos seus filhos e começou a perder as terras também, na adolescência ela começou a trabalhar. Os dois trabalharam durante toda a adolescência, como muitos de nós, hoje, só que o dinheiro ia todo pra casa. Minha mãe teve que dar até o último mês de salário pro meu avô, antes de se casar.
Mas o que me espanta é a trajetória pós-casamento. Uma sociedade com parentes onde os dois entraram com dinheiro e saíram sem nada; minha mãe vendeu alumínio;  meu pai foi viajar como vendedor e dormiu em hotel com cachorro debaixo da cama; deram quase tudo pra comprar uma mercearia e o antigo dono resolveu comprar uma perua e atender os antigos compradores em suas casas, ferrando o negócio.
Pagaram por anos uma casa e depois descobriram que, por causa da inflação, a dívida só aumentava e, quando terminassem de pagar, estariam devendo cinco casas. Pararam de pagar. Nesse meio tempo, minha mãe montou uma empresa de fraldas descartáveis, que deu dinheiro suficiente pra erguer a nossa casa antes do despejo da outra casa. Pouco tempo depois, um incêndio destruiu a fábrica toda.
Depois disso, meu pai abriu uma loja de materiais hidráulicos, com dez peças de cada. Foram alguns anos trabalhando pra pagar as contas, sem lucro, mas ele nunca deixou de acreditar. Quinze anos depois, ele vai pra Gringa por bater recorde de vendas de um fornecedor.
Apesar de ter dormido nos sacos de arroz enquanto meu pai enchia linguiças, à noite, no açougue da mercearia, eu não tive uma vida dura. Não precisei trabalhar quando criança e sempre tive o que dava pra ter. E eu sempre soube o que dava pra ter e não pedia mais que isso. Hoje ele se aposentou legal, e continua aí, trabalhando, trabalhando, pra não ficar parado
Quantas dessas histórias há por aí? A geração dos pais dos quase-adultos de hoje foi a que mais se ferrou, a que passou pelas maiores mudanças. Já nós, nascemos e crescemos num mundo um pouco mais tranquilo, onde não era preciso lutar tanto. Porque eles lutaram por nós.
Só que, sinceramente, eu acho que isso fodeu com alguns de nós. Eu não me sinto digna de ganhar um carro, mas muita gente que eu conheço exige isso, sem ter conquistado porra nenhuma. Muita gente acha normal. Não é. Você tem que conquistar uma coisa pra dizer que é tua. Tem que pagar teu aluguel se quiser morar sozinho. Que trampo, né?
Fui pra São Paulo e vi um cara com as pernas atrofiadas, se arrastando num skate. Quem sou eu pra reclamar e desistir das coisas que eu quero?
Quem é você?
Shame on us, a vida é DEMAIS. É só enfiar a cara.

domingo, 25 de março de 2012

Muito do que não precisa.

Lá pra época do Zagaia (ou da infância dos meus pais), a despesa da casa era feita em armazéns. Um balcão, um tio atrás do balcão. Não eram muitos os tios, nem os balcões, nem as opções.
Exatamente por isso, pra crescer, tinha que ser de outro jeito.
Vieram os PEGUE E PAGUE, onde o cliente entrava e pegava o que quisesse, botava na cestinha e passava pelo caixa. Agregamento de ítens HORTIFRUTIGRANJEIROS, carnes, pães e lacticínios, crescimento exponencial da variedade de marcas e produtos.
Hoje, o foco é suprir todas as necessidades que o cara possa ter, no mesmo espaço físico. Eletrodomésticos, roupas, remédios, eletrônicos e serviços. Dá pra abastecer o carro, tomar um café, pagar contas, colocar crédito no celular, revelar fotos, fazer amigos e dançar a conga. Comer pizza de forno à lenha. Comprar perfume em franquia. 24 horas por dia.
Eu lembro de uma infância num esquema armazém do tio.
Eu tinha uma professora, eu tinha uma turma onde ninguém era ruim. Eu tinha umas poucas vontades. Queria gibis, roupas roxas, um macacão e repicar o cabelo. Sabia desde janeiro o que pedir no natal.

E tinha mais PAIXÃO. O peito doía de alegria com as férias na casa das primas, com a semana na praia, com o oi do Murilo, com o domingo no clube, com o pacote de Passatempo, a bolacha mais gostosa do universo. Nada era ruim por muito tempo. Assim que o choro secava, já tava tudo bem.

O tempo e as surras vão laceando as emoções, ao mesmo tempo que a gente sofre mais. Uma roupa nova já não tem tanto valor no fim do dia, um sentimento novo já não tem tanto valor no fim da noite. A gente já não sabe qual é a melhor bolacha, já não sabe qual pacote de feijão comprar, tem coisa demais no supermercado, tem gente demais na vida da gente.
Eu ando quilômetros com o carrinho e não levo nada. Eu não gosto mais das coisas que eu gostava e o problema de experimentar uma daquelas que a gente nunca pensa em pegar porque é muito caro, é que a gente tem mania de viciar no que não dá pra ter sempre que a gente quer.

Eu andei perguntando pras pessoas se elas são felizes e ninguém diz “sim”. Ao invés de três letras, elas usam o resto do alfabeto, os números e a mitologia grega. Elas não sabem, elas estão trabalhando pra isso, elas são 70% felizes. Elas se encontram no mercado, de madrugada, procurando por alguma resposta. Andam, olham, pegam, hesitam, devolvem, continuam com fome.

Ontem, sábado, me decepcionei por não ter ido em uma festa. Parece que hoje em dia, decepção é isso. Mas era uma festa legal mesmo, da minha cidade, Rio Preto,  mas não pude pegar pista. Pressentimento da minha mãe. 
Moro numa cidade tão grande. E rodeada por tédio, de madrugada resolvi ir a uma dessas cadeias de Supermercado. Tanta gente como eu, em dúvida, com milhares de opções a frente, procurando um tapa-buracos. No meio de tanta opção, ninguém dá bola pra algo como uma bala. Não mata a fome, mas adoça uns minutos da vida. É uma alternativa simples e desinteressada, mas boa. Como um cafuné pra dormir.










Da próxima vez que você se perder no mercado, com fome, compre balas.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Agorando.

Dia desses, mandando uma caminhadela noturna, daquelas pra dar oi pras estrelas, respirar fundo e se encontrar se perdendo pelas ruas, o Tom mano véio me cantou uma pelos fones que entrou rasgando a mente:

“Where will I meet my fate?”

Rapaz, complicado. Falando desse jeito até parece que amanhã eu vou virar a esquina, trombar com uma figura suficientemente destino-like e tipo “olocobicho, ô demora”

Não, porque what the fuckin’ flyin’ carajos seria “encontrar o meu destino”? É encontrar a pessoa que vai ficar velha ao meu lado? Arrumar um trampo que eu vou fazer pra sempre? Ou qualquer coisa que componha uma rotina que será repetida overandoverandoverandover até a cova?

Então meio que eu rodei, porque a vida andou aí me mostrando que as coisas curtem dar uma mudada e se pá eu sou um ser sem um destino capa dura na prateleira do cosmos.

O problema é que a gente costuma achar muito mais legal viver qualquer coisa que não seja o exato momento que deveria estar sendo vivido, impressionante.

É mais legal lembrar de quando a gente tinha alguém, de quando era mais magro e tinha mais dinheiro ou pensar que amanhã vai ter alguém, a gente vai emagrecer e vai ter mais dinheiro, do que aceitar o que tem pra janta e aprender as lições que precisam ser aprendidas SIMPLESMENTE PARA QUE O CICLO SEM FIM DE CAGADAS NÃO SE REPITA REPETIDAMENTE PARA TODO O SEMPRE TE DEIXANDO ETERNAMENTE SOZINHO, GORDO E POBRE.

Porque olha, quantos futuros não se tornam passado enquanto a gente não presta a devida atenção às rédeas do presente, hein?

Seguindo o conselho de outra ídola do cantarolamento, eu ando me dando apenas 20 segundinhos pra reclamar, chorar, berrar, porque o barco lá fora zarpa sem mim, caso eu queira ficar. E o mar é sempre muito mais legal.

Só que às vezes a gente fica pendurado no cais, esperando a terra dar um sinal, pra confirmar as nossas (in)decisões. Olha, aí vem um outro devaneio dos meus dias recentes, que diz que a única coisa das quais eu não posso me desfazer pra viver são os meus órgãos. De resto, tudo se aguenta/substitui/supera/esquece.

E você provavelmente já tá aí pensando que dá até pra viver sem um rim. Quédizê.

domingo, 18 de março de 2012

Auto-ajuda, a gente vê por aqui.

Ultimamente tenho observado que a linha entre as pessoas com grande auto estima e as completamente sem noção é muito tênue.

Porque dizes isso, Gabriéla?

Ora, caro leitor hipotético que conjuga perfeitamente o verbo, é muito comum ver pessoas que são tão ordinárias quanto celulites nas coxas de uma obesa mórbida com grandes sonhos e planos. Sim, sonhar não faz mal e é traçando metas que alcançamos objetivos, mas mesmo nos planos precisamos ser realistas.
Na boa, você tem 30 anos, não sabe escrever, não sabe falar nenhuma língua estrangeira, não gosta de ler, nunca trabalhou... e acha que vai ser o próximo editor chefe da Folha de São Paulo?!


Anham, Claudia, senta lá.


Mas imaginemos que boa parte da população mundial morra em um grande atentado e a Folha esteja procurando um editor chefe e o cara de 30 anos seja a única saída. Viu?! Nada é impossível.


"Nada é impossível" é um argumento quase tão escroto quanto "faça o que eu digo, mas não faça o que faço". (Nada é impossível é argumento de perdedores?)
Se você é o tipo de pessoa que faz planos contando com desastres naturais e grandes catástrofes para que eles se realizem, então esse texto, pra você, termina aqui. Beijoca! :D
Mas se você é uma pessoa que tem planos audaciosos e, mesmo avaliando todas as dificuldades, ainda acha que é possível alcançá-los, então vai lá, doidão.
Mas, na boa, enquanto isso, não fica colocando teus planos na bio do twitter e nem como nome do facebook.


Bio: futuro game developer and owner of a huge game company that will outtake Nintendo.
Fulano de tal, futuro CEO da Apple.


Parece coisa de neguinho que vai dizer que "I'm going to be the next American Idol. UUUU". na TV americana.
Sossega o facho, como diria a minha mãe, e vai trabalhar, porra.
Um amigo me falou de uma frase de Einstein que vai bem por aqui:


"If A is success in life, then A equals x plus y plus z. Work is x; y is play; and z is keeping your mouth shut."
"Se A for sucesso na vida, então A=x+y+Z. A=trabalho; Y=atitude; e Z=manter sua boca calada".


Sacou?! Tranquilo? É por esse e outros motivos que a gente tem que tomar um rumo na vida. ACORDAR!
Meu nome é Gabriéla Pacheco, mas pode me chamar de Clarice Lispector de Novo Horizonte. ¬¬

Consequencia do Ócio.

sábado, 17 de março de 2012

Tigre da noite. "Wander Wonder"

Música é em minha vida, algo como religião. E em miados de 2011(risos) conheci uma banda que se chama Balam Acab. Entre uma noite e outra de insônia, descobri algo genial, pequeno e grandioso ao mesmo tempo. Uma boa composição nem sempre é algo que busco numa playlist, e depois de descobrir Balam entendi que tenho um certo "feeling".O Balam Acab sempre esteve junto da #tag "Witch house", música arrastada e cheia de meandros com supostas conexões com o oculto (que de house não tem nada). Talvez tenha sido uma brincadeira que saiu ligeiramente do controle dos seus pioneiros, e as centenas de capas sinistras e alusões nada comedidas a símbolos pagãos ganharam uma certa projeção na internet e na mídia musical. Mas ao contrário de outros nomes que ajudaram a fixar esse gênero como "Salem" e " oOoOO", o Balam Acab não evoca rituais ocultos claustrofóbicos cheios de alucinações auditivas.
Se o som produzido pelo americano Alec Koone é a trilha sonora de um encontro de bruxas, ao ouvir Wander Wonder só conseguimos imaginar um convescote Wicca. Bruxas Wicca moderninhas, é bem verdade. O disco de oito faixas é em alguns momentos literalmente ambient: pássaros cantando, fogo crepitando, madeira que range, o tilintar de objetos metálicos, água corrente.... muita água corrente. Ao ouvir o disco com atenção, um cenário natural rico se desenrola. Florestas verdes e húmidas, povoadas por animais coloridos porém sorrateiros. Imagina-se personagens fantásticos e mitológicos, goblins gananciosos contando moedas de prata, fadas brincalhonas, cidades maravilhosas onde magos poderosos cozinham poções em grandes caldeirões, dentro de torres de mármore rosado. É como se o disco fosse um espelho por onde pudesse se atravessar para chegar a este lugar mágico, e quando se chega lá sente-se um torpor acalorado gostoso. Tá, eu viajo, eu sei. Mas é algo assim. Ao ouvir Balam, sinto uma ligação maior com a natureza. Uma busca do que não vejo ao meu redor. Sinto o que nunca senti. Sentidos à flor da pele. Brisa natural. Viajo. Me arrepio. Fecho os olhos. Sinto.
Quis saber tudo, desde o significado até algo mais sobre as "composições". Encontrei em sites de letra, 6 letras. Procurei também o significado de Balam Acab. Me surpreendi. De novo.
Sobre o nome, descobri que era algo como os primeiros homens, criados a partir do milho. Mitologia Maya. (Eu acho) Balam Acab esignifica "Tigre da noite". Não sei a ordem exata, mas Balam Quitzé foi o primeiro homem feito através do Milho e em seguida viria Balam Acab. Mulher de Balam Acab se chamava Chomiha. Gostaria de ter lido e estudado mais sobre o assunto, mas a vida sem roteador não é nada fácil.
Musicalmente, Wander Wonder(álbum) soa muito mais cristalino do que os primeiros demos e eps do Balam Acab, e isso é mais um fator que o distancia de bandas como oOoOO, por exemplo. (E ah, como acho que essas bandas não são conhecidas, oOoOO é uma banda, que se define como Wicca). Além da rica ambientação, o disco apresenta muitas harmonias gentis de instrumentos de corda, harpas, violoncelos e outras delicadezas, tudo aliado a uma produção eletrônica de baterias downtempo sutis, drones, vocais com o pitch lá em cima (talvez cantados pelas próprias fadas brincalhonas..................não sou louca e nem me drogo) e baixos sintetizados que não engolem o resto das músicas. Tudo isso culmina em belos momentos, como nas faixas "Oh, Why" e "Await". Recomendo "See Birds" e "Dream Out" porque foram as duas primeiras músicas que ouvi de Balam e sem dúvidas estão entre as preferidas.
Suspiros, vozes, gemidos, natureza, talvez harpas. Água, boa melodia, voz indefinida. Feelings, vibes, souls, spirits, nature, essences.
Gostaria de saber onde Alec encontra inspiração e criatividade pra conseguir mexer tão profundamente, apenas com melodia. Melancolia.


Como havia dito, quis saber algo mais sobre as letras. Quis saber se o que eu sentia fazia sentido pelo que meus ouvidos absorviam. Encontrei 6 letras, no Letras.Terra e 6 letras no Vagalume. Achei que faziam algum sentido. Na verdade, achei que fazia todo sentido. Muita melancolia. Mas o que me tirava do sério, era não encontrar tais músicas pra Download e nem no Youtube. Minha dislexia entrou em ação no nível 3.000 e só depois de algum tempo descobri que as letras se tratavam de uma outra banda, que se chamava "Balam Akab". Decepção na certa. Dois minutos depois, percebi que ainda assim faziam todo sentido. Mesmo descobrindo que era uma banda de heavy-metal mexicana.
O intuito deste post é: Queria dividir essa vibe que se chama Balam Acab com o mundo. Porém, sei que 1 a cada 1.000 pessoas vão gostar.


Segue o Link de algumas músicas:






Qual a razão, motivo ou circunstância dessa bagunça no meu sub-consciente?


Balam Acab feels like water running down the sides of my brain.


Organic. Amazing!
 

Pronto, dividi isso com o mundo. Vocês já podem me chamar de louca depressiva!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Extremos

Há algumas semanas, me perguntaram se me comparam muito com a  minha irmã. Resolvi discorrer sobre o assunto e colocar na ponta do lápis três comparações que sempre foram um fantasma na vida dessa irmã mais nova que vos fala:

1 - Toda reunião de família, o pessoal começa a lembrar como era quando os filhos/sobrinhos/netos eram pequeninos e hoje resolvi revelar: minha irmã era o "capeta em forma de guria".

- Ela cortava o cabelo das minhas primas escondido, no estilo "cabelo de surfista".

- Botou fogo num sobrado que morava com meus pais. Não sobrou um lápis!

- Numa viagem de trem com a minha mãe, soltou um pum e disse: Ai mamãe, que feio! Fica peidando no trem!".

- Botou fogo em uma cabana cheia de crianças dentro, porque eram rivais de quarteirão.

- Defecou nos sapatos do meu pai.

- Batia nos meus primos que eram mais velhos que ela.

E mais mil ítens que posso continuar citando aqui até enjoar, porque, acabar, não acaba nunca. E, lógico, sempre depois de falar da minha irmã ficam todos em silêncio lembrando dos episódios e acho meio impossível não pensar ‘e a Gabriéla?’.
Pois é. Perguntem: E você?
Eu? Eu, nada!
Porque enquanto minha irmã aprontava, eu estava na mesa da cozinha conversando com ervilhas, no chão da sala montando casa de boneca com na estante, brincando de formar casais com os lápis de cor, picotando papéis ou dormindo, porque como uma tia disse uma vez, era me deixar quieta por 1 minuto que eu deitava onde estava e dormia. A única coisa que conseguem dizer é: A Gabriéla era insuportável. E o engraçado é que temos uma parte da família que só encontramos em ocasiões extremas, do tipo velório. E uma prima minha, 20 anos mais velha, inventou de relembrar essa épocazinha com certas palavras "A Gabi, aaaah, a Gabi.. Dava vontade de pisar no pescoço dela e esmagar pra parar de ser chata." 
Fiz a linha Kátia: Não vi nada. Não ouvi nada. Não lembro de nada.. Saí andando!

2. Sempre demorei muito mais pra pegar no tranco e isso não é segredo pra ninguém.

Quando minha irmã tinha uns 5 aninhos, minha mãe disse que se ela parasse de chupar chupeta naquela semana, ganharia um presente. Parou naquele dia e nunca mais.

Tentou isso comigo desde antes dos 5 anos e eu parei faltando 15 dias para completar… 9 anos.

Eu fazia questão de escolher minha fralda no supermercado e colocá-la sozinha. O mínimo de dignidade, né, por favor.

E ah, minha irmã parecia uma boneca quando criança. Usava tudo o que minha mãe comprava. Já eu, escolhia minhas roupas. Surpreendia quando chegava no colégio com uniforme e botas de pelo. Lembrando também, do casamento da minha prima Fabíola em que fui de Botas de cowboy.(Que eu mesma escolhi e briguei para conseguir usá-las no dia do casamento.)

         (Eu, muito simpática(com as botas). Minha irmã fantasiada de cantora gospel. Fabíola com o rostinho alegre de quem foi obrigada a casar porque engravidou. Mamãe com um Chanel Bapho de fenda e Mi de topete.)
3. Por último, algo que sempre compararam é inteligência/esperteza. Claro, é normal irmãos disputarem as melhores notas e tal.

Mas só vou fazer UM comentário: na mesma idade em que minha irmã sabia quem era Gorbachev, eu perguntava pra minha mãe qual parte da vaca era o frango.



Né.

Pra constar: todas as informações desse post foram confirmadas pelos meus pais e eu agradeço a eles por não desistirem de mim apesar de tudo isso. Mas é aí que vem um porém. No fim das contas, sem mim, a minha irmã-mais-velha-prodígio não ia conseguir: dieta(porque ela precisa de alguém pra ter estímulo e mostrar o quanto ela sabe sobre o assunto, rs), sorrir tanto, ouvir Regina Spektor e Kate Nash, dormir depois de um filme de terror e muito menos assistir, até então sou a única que também gosta disso. sem mim, ela não ia ser uma pessoa minimamente equilibrada. E sem mim, nunca teria feito um estrago na conta do Supermercado comprando delíciosos Chocolates da Mônica 8 vezes ao dia. Escondido, é claro!

Sem contar que se essa lazarenta não parar de tomar café eu, provavelmente, vou ter que doar um pedaço do meu fígado pra ela.

Então, se você tem um filho que parece meio banana e autista, dê tempo a ele pra crescer e se desenvolver no seu próprio ritmo. É absolutamente normal.

Já se você tem um filho que bota fogo na cortina e fecha a porta do quarto como ela fez, jogue no rio, o quanto antes.

Sério, era o que a gente deveria ter feito.

Brincadeira, Tatá. Sem você, quem iria cutucar minha comida após dizer que não queria pedir nada? Quem dividiria o quarto comigo com quarto sobrando? Quem tomaria meus Danones? Pra quem eu deveria dinheiro eternamente? Quem quase me mata de rir quando lê as coisas em inglês? Quem faria caldo de legumes sem sabor? Quem iria pedir um pouco de sorvete e ficar chupando a minha casquinha?



Brincadeira de novo! Sabe que tenho vontade de dar na sua cara por essas coisas, mas, sem você, quem me defenderia? Quem me mandaria ser gente quando só tenho vontade de sentar e chorar? Quem pegaria roupas no consignado e esconderia pr'eu não comprar? Quem? Quem me levaria nos lugares? Quem reclamaria a cada trago do cigarro que eu pedisse? Quem me mandaria viver um pouco? Quem me mandaria acordar pra vida?

Se sem mim, ela não é uma pessoa minimamente equilibrada, sem ela, não sou uma pessoa minimamente desequilibrada. E sem o desequilíbrio, sem arriscar, eu não seria metade do que sou.

Um viva pros extremos!


Te amo!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Como seria?


Estive pensando no que penso sempre, relações afetivo-amorosas na modernidade (ou seria pós-modernidade?! não, não! não vou entrar nessa discussão).
Como algo pode ser duradouro num mundo em que a praticidade e a momentaneidade é cultuada?
As relações tipo o namoro, e mais ainda, o casamento, vão contra o tipo de contato que se espera.
Mas o que diabos eu to falando?? Pensa só: As filas, sejam ela de qualquer natureza, estressam apartir do segundo minuto de espera; o mesmo acontece com as adoráveis ligações de telemarketing; no trabalho, a terceirização reina, não há estabilidade em nada. Então, como se esperar, numa sociedade como essa, uma estabilidade de sentimentos? ou uma durabilidade nas relações onde o que mais queremos é que tudo seja o mais breve possível?
É contraditório.
E é em meio a toda essa situação que você conhece alguém, e sabe que algumas poucas horas será o máximo de tempo que vão compartilhar um com o outro. Isso sim está de acordo com o que se espera nas outras situações da vida cotidiana: A momentaneidade.
Vocês se beijam numa esquina qualquer, o dia acabou de nascer. Esse é, ao mesmo tempo, um primeiro beijo e um beijo de adeus.
E pronto, cada um segue com a sua vida…

Mas o que fica é o pensamento: Como seria…?

Ah! Todo mundo sabe como seria.
Seria momentâneo.
E só.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cheguei. Cadê meu manual de instruções?

As vezes eu acho que nasci e esqueci pra tras algum item, tipo manual de instrução, guia de sobrevivência ou bula, porque não é possível um ser humano que não sabe o que fazer. Eu fico tensa só de pensar que eu não sei que roupa iria trabalhar amanhã, pensar em casar então, é motivo pra eu querer pegar um coma de 5 dias, usando sonda só pra não morrer desnutrida. Eu tenho que me casar! Mas está aí uma verdade que eu esfrego na cara da sociedade moderna: eu não sei o que fazer. E juro, isso se aplica aos mais diversos departamentos da minha vida.
Tinha um emprego legal. Podia ir trabalhar bêbada, de Havaianas, e literalmente era paga pra pensar. Aos 19, posso dizer, com satisfação, que eu fazia o que gostava e fazia bem feito. Mas meus planos são outros, embora tivesse um emprego dos sonhos, com um cargo dos sonhos, prioridade é prioridade. Tenho uma família ótima. Minha mãe ainda está aí, me dando conselho, bronca e dinheiro. Tenho amigos nada exemplares, e justamente por isso gosto tanto deles. Estamos na mesma embarcação, remando com dois remos, mar adentro, procurando a ilha da felicidade.
Mas é que está difícil. Tem dia que eu paro e penso se eu quero passar minha vida ganhando pra cozinhar, ter um relacionamento aberto, ou continuar jogando meus textos no vento sem a menor chance de reuni-los de volta. Pior é continuar fazendo isso repetidamente com consciência e sentimentos. Nunca consegui ter uma poupança que eu mesma administrasse e não foi por falta de incentivo. Nunca consegui um amor que durasse e esse eu sei que foi por falta de vontade. Há exatamente um ano atrás eu estive doente. 360 e alguns dias depois, eu posso dizer como afundar me fez querer nadar mais rápido e cada vez mais longe. Não é pressa, é determinação. Não é pressa, é vontade de alcançar. Não é pressa, é persistência. Hoje, sou cercada de bons sentimentos, sonhos e pessoas que eu fiz questão de cultivar. Não saber o que fazer te induz a a ter que fazer tudo. Você até escolhe, mas tem que ser forte demais pra negar todas as possibilidades. Seja um emprego diferente, seja uma receita nova, seja um romance impossível. A sensação de poder ter tudo é tão traiçoeira que, por vezes, te deixa com nada e é frustrante ter escolhido tanto para, no final, terminar com nada. Talvez a vida seja isso aí: o que você vive. Nada que dê pra tocar, mas dê pra lembrar, agradecer e sorrir. A minha vida é isso. A falta de manual de instrução está me forçando a escrever um livro de memórias. E enquanto eu fico sem saber como agir, vou continuar repetindo os velhos e mesmos erros de sempre. É que eu gosto de ter certeza que tentei todos eles até acertar.