sexta-feira, 23 de março de 2012

Agorando.

Dia desses, mandando uma caminhadela noturna, daquelas pra dar oi pras estrelas, respirar fundo e se encontrar se perdendo pelas ruas, o Tom mano véio me cantou uma pelos fones que entrou rasgando a mente:

“Where will I meet my fate?”

Rapaz, complicado. Falando desse jeito até parece que amanhã eu vou virar a esquina, trombar com uma figura suficientemente destino-like e tipo “olocobicho, ô demora”

Não, porque what the fuckin’ flyin’ carajos seria “encontrar o meu destino”? É encontrar a pessoa que vai ficar velha ao meu lado? Arrumar um trampo que eu vou fazer pra sempre? Ou qualquer coisa que componha uma rotina que será repetida overandoverandoverandover até a cova?

Então meio que eu rodei, porque a vida andou aí me mostrando que as coisas curtem dar uma mudada e se pá eu sou um ser sem um destino capa dura na prateleira do cosmos.

O problema é que a gente costuma achar muito mais legal viver qualquer coisa que não seja o exato momento que deveria estar sendo vivido, impressionante.

É mais legal lembrar de quando a gente tinha alguém, de quando era mais magro e tinha mais dinheiro ou pensar que amanhã vai ter alguém, a gente vai emagrecer e vai ter mais dinheiro, do que aceitar o que tem pra janta e aprender as lições que precisam ser aprendidas SIMPLESMENTE PARA QUE O CICLO SEM FIM DE CAGADAS NÃO SE REPITA REPETIDAMENTE PARA TODO O SEMPRE TE DEIXANDO ETERNAMENTE SOZINHO, GORDO E POBRE.

Porque olha, quantos futuros não se tornam passado enquanto a gente não presta a devida atenção às rédeas do presente, hein?

Seguindo o conselho de outra ídola do cantarolamento, eu ando me dando apenas 20 segundinhos pra reclamar, chorar, berrar, porque o barco lá fora zarpa sem mim, caso eu queira ficar. E o mar é sempre muito mais legal.

Só que às vezes a gente fica pendurado no cais, esperando a terra dar um sinal, pra confirmar as nossas (in)decisões. Olha, aí vem um outro devaneio dos meus dias recentes, que diz que a única coisa das quais eu não posso me desfazer pra viver são os meus órgãos. De resto, tudo se aguenta/substitui/supera/esquece.

E você provavelmente já tá aí pensando que dá até pra viver sem um rim. Quédizê.

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