segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cinto minutos.

Uma vez me disseram que a minha vida é um livro aberto e que isso é uma merda pras pessoas ao meu redor. Eu nunca entendi o raciocínio, já que quem me ama não deveria se sentir ameaçado ou chateado com o fato de a vida nunca poder me enfiar o dedo na cara e dizer que eu sou uma farsa.
Pelo contrário, deveriam (sei lá, num cenário utópico da perfeita medida da coerência humana) se orgulhar do dia em que eu decidi deixar de dormir apertada, dividindo o travesseiro com as minhas mentiras apaziguadoras.
Porque, felizmente, desde muito cedo eu resolvi nunca esquecer o quanto valem cinco minutos na minha vida. E, às vezes, as pessoas ao redor de quem pula de olhos fechados pra sentir o vento, enroladas em suas amarras imaginárias sociais e psicológicas e em suas mazelas, não conseguem processar a alegria de uma criatura viva, fazendo jus ao sangue que lhe corre nas veias.

Ah, se a toda essa gente:

não deixasse de fazer o que quer por medo das câmeras
não deixasse de comer porcaria porque engorda
não deixasse de dizer que não sabe por medo de parecer burro
não deixasse de cantar alto por medo de desafinar
não deixasse de trepar no chuveiro por medo de destruir a maquiagem
não deixasse de sambar mesmo sem saber
não deixasse de se apaixonar por medo da tempestade causada pelas consequências

Saber o quanto valem cinco minutos na sua vida, é saber pra quê, afinal, o seu coração bate. É não viver um dia sequer sem sentir frio na barriga por alguma coisa nesse mundo. Você já reparou que NENHUM dia vai voltar? Que você tem apenas UMA chance na vida de fazer o dia 30 de Abril de 2012 ser uma data digna de ser memorizada? Que daqui a pouco agora já é ontem?
E sim, nessa de viver o que não se deve deixar de viver, às vezes, a gente atropela pessoas. Simplesmente porque não dá pra levar todas elas com a gente. A Florence diz que você não dá pra carregar todo o amor se quiser sobreviver e o Kundera diz que a gente já entra no palco da vida atuando, sem ensaio, sem rascunho.
Eu só sei de uma coisa: se meu corpo parar, o seu continua. Se eu morrer, ninguém morre comigo. Quando dói, só eu sinto. Então qual é a lógica de não viver o que um outro coração não quer?

Até porque a maioria dos corações não vai te dar ouvidos quando quiser voar. E eu acho é lindo.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

me, myself and i

Desde pequena, eu sempre vaguei por vários universos bem diferentes. Na escola, era amiga dos inteligentões, dos excluídos, dos pobres, dos ricos, do fundão, dos professores e das faxineiras. Fora isso, tinha a minha famíla, e, com o passar do tempo, todas as turmas que foram cruzando o meu caminho, como a do quarteirão, a do reforço(hihi), a do inglês, as virtuais, as agregadas, as certas e as tortas, as velhas e as novas.


E em cada um desses universos eu criava uma nova Gabriéla, que se encaixasse. Essa sempre foi a melhor parte, em cada novo universo, você pode assumir um novo você, com elementos do que tá à sua volta e elementos teus.


Isso é MÁGICO.


É nessa que você se constrói, é de cada pedaço que você pega pelo caminho e vai colocando dentro de você que você é feito. Eu sempre digo pros cariocas que aqui em São Paulo eles é que devem dar um beijinho só, se eu for pro Rio, eu dou dois. Eu ensino os mineiros a dizer mano e aprendo com os gaúchos o que é chinfra.


Mas uma vez me disseram que “mudar” de acordo com o ambiente e as pessoas que me cercam é errado e mostra que você não sabe quem é, ou que tá mentindo pra um dos lados.


Só que se você sair só andando na água, você se afoga. E se sair nadando na terra vão te dar choque no CÉLEBRO. Não dá pra virar um saco de atitudes predefinidas, isso não é viver, isso é encenar a própria existência.


Vou te falar o que é errado: atacar uma pessoa por ser várias ou não amar todas as pessoas que essa pessoa possa ser. Porque o sorriso dela é o mesmo em todo lugar, o olhar também, o cheiro também. E o que ela sente por você, também! Isso também vale pro que ela NÃO sentir.


Quando o outro é 10 e a gente é 10, a gente acaba sendo 20. Na minha cabeça, não faz sentido querer diminuir o resultado dessa soma.






Substanti(vo)látil. :)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

...

Se ter as coisas realizadas da forma como você quer for a medida para uma vida de sucesso, então alguns diriam que eu sou um fracasso. 
A coisa mais importante é não se amargar pelas decepções da vida, aprender a deixar o passado para trás. Eu reconheço que nem todo dia será ensolarado, mas quando você se encontrar perdido na escuridão e no desespero, lembre-se: somente na escuridão da noite, podemos ver as estrelas. E nenhuma estrela o guiará de volta para casa, então não tenha medo de cometer erros ou de tropeçar e cair, pois na maioria das vezes os melhores prêmios vêm quando se faz àquilo que você mais teme. 
Talvez você consiga tudo o que deseja. Talvez você consiga mais do que jamais tenha imaginado...
Quem sabe onde a vida te levará?
A estrada é longa.


E no fim...
A jornada é o destino.

(One Tree Hill)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

-



Tem gente que acha que engana e usa tudo quanto é desculpa pra se justificar e justificar as justificativas. Entendeu? Não? Explico: tem coisa que não convence mais.

Desde que o mundo é mundo, homens acham que nos enganam. Que meia dúzia de rosas e palavras compram perdão, que um jantar pede desculpas e um sorrisinho já te leva de volta pra cama. Não, moço, o senhor está enganado, vai ter que fazer muito melhor do que isso. Mandar flores, pedir desculpa e declamar Camões não significa que eu vou voltar correndo jurando que você é a última fruta do jardim do Éden e é o que tem pra mulherada hoje. A verdade é que o jardim ficou velho, as frutas, maduras e as mulheres, filhas de Eva, estão dando nó na Serpente e usando pra enfeitar o pescoço. Ou seja, ficaram espertas.

Gostava da situação tanto quanto você, mas com sentimentos diferentes. Gosto de atenção tanto quanto você. Gosto de ser notada, conquistada e querida tanto quanto você. Não usa seu pouco tempo e disponibilidade para justificar todas as vezes que você não pode estar junto.

E também não vai pensando que eu estarei ali, linda, sorridente, de bom humor para quando você quiser. Esperar? Espero, sim. Mas me dê um motivo todos os dias para querer esperar o próximo e achar que vale a pena. As portas do mundo estão abertas, e eu ainda conto com a minha liberdade para bater em todas elas. Não vai pensando que eu não sou capaz de ir embora, porque eu sou.

Eu quero sorrir todos os dias. Quero ter razões para acreditar que eu sou, sim, uma opção e estou entre as primeiras. Não vou esperar que você termine as 24 horas do seu dia e me deixou para o final só para me dar um frio e seco “boa noite”. Eu sei o que é ser deixada para depois e bastou uma vez para eu não querer repetir a experiência. E não vou. Portanto, não me faça perder meu tempo.

Gostar, gosto. Querer, quero. Esperar, espero. Já esperei tanto! Mas não me deixe sempre para depois. Não me deixe sempre para mais tarde. Não me trate como a 18ª opção só porque eu também não sou a 1ª. Pode ser que eu me canse e um dia não esteja mais lá. E pode ter certeza: vai doer mais em você do que em mim. Até porque o que tinha que doer, já doeu. E não foi pouco.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

The end of the world as we know it

E o Doni disse que o mundo pode acabar. Ele acabou de reafirmar no Twitter, e não faz o mínimo sentido eu vir correndo escrever esse texto pra dar tempo de alguém ler, se o mundo for acabar mesmo.

Então, na verdade, eu não estou escrevendo pra vocês, e sim pra mim mesma, pra tentar entender o porquê de não conseguir saber o que eu quero fazer agora se o mundo for acabar daqui a pouco.

Eu estou em casa, com os fones de ouvido, e fucking ironicamente está tocando “Keep The Faith” doBon Jovi. Meu maxilar dói, como sempre dói, e eu já tomei dois comprimidos de Dorflex, e não ia tomar mais porque faz mal. Mas se o mundo for acabar mesmo, não quero passar as últimas horas com dor na merda do maxilar.

Péraê. Passei a manhã toda com vontade de comer uma trufa e não o fiz por que estou de dieta. Mas se o mundo for acabar isso não faz diferença, então aguardem um minuto que eu vou comprar uma.

—————————————————————-

Pronto.

E nesse exato momento, essa trufa, esse pedaço de coisa doce me confirmou que eu sou uma panaca. Porque ela é tradicional. De novo. Nem perto do fim do mundo eu consegui experimentar um sabor novo de trufa.

Aliás, eu não queria uma. Eu queria cinco, DEZ trufas. Queria me entupir de trufa até vomitar. Mas não tenho coragem. Como também não tive coragem de xingar o cara que me esmagou no elevador na volta, pra subir apenas um andar. E isso apesar de o tempo lá fora estar cinza, colaborando com o clima de fim do mundo.

Sentada aqui, eu fico pensando nas coisas que eu faria. Quando na verdade, tudo o que eu faria seria pensar no que eu faria. Porque se eu fosse mulher, pegaria esse telefone e ligaria pra falar um “If I give up on you, I give up on me”, ou uma frase cafona do Bon Jovi pra dizer que eu não aguento mais não ter ele aqui, pra voltar ou me esperar ir.. Ou pra mandar pra puta que o pariu mesmo, porque faz tempo que ele tá fodendo com a minha vida e com a minha sanidade. Ninguém imagina! Aff

Entraria no Facebook daquela lambisgóia e diria pra ela que ela parece o Costinha. Porque ela parece mesmo e eu odeio ela! A mãe dela não poderia ter um nominho menos feio? Abreviação normal, disfarçado num nome feio! Sairia dessa cadeira AGORA e pegaria o ônibus pra Novo Horizonte porque é onde eu queria estar, com a minha familia. Mas antes disso, passaria na lanchonete e diria pro carinha de lá que é RIDÍCULO quando ele me chama de anjo azul e que ele não vai conseguir nada comigo me dando chocolates, NUNCA.

Mandaria pro inferno todo mundo que está me interrompendo enquanto eu tento raciocinar e escrever esse texto.

Tiraria os fones de ouvido, e cantaria pra todo mundo aqui ouvir, como eu estava cantando agora a tarde "Brighter than sunshine", só porque estava sozinha. Eu canto bem, e nunca deixo ninguém ouvir. Pintaria meu cabelo de novo, porque eu queria ter nascido morena. Falaria pro menino que sentava do meu lado no colégio que eu NÃO SUPORTAVA ele fazendo aquele barulho com o nariz, e que era nojento!

Se eu fosse mulher, eu desabaria a chorar aqui mesmo, agora, porque é o que eu tô com vontade de fazer. E jogaria uma garrafa na cabeça daquela menina que me encarava com aquela fuça esnobe no banheiro.

Mas eu não vou fazer nada disso. Simplesmente porque eu já devia ter feito. Não deveria ser a proximidade do fim a única coisa que iria me convencer a fazer todas as coisas que eu quero fazer. Todos os dias da minha vida, ao acordar, poderia ter sido meu último dia. Eu sempre pensei que podia cair, bater a cabeça no meio fio e morrer. Eu tentei dizer isso tantas vezes, e ninguém nunca me entendeu.

É por isso que eu jogo cadeiras quando brigo, bato e peço desculpas num intervalo de cinco minutos, xingo e digo que amo, por isso que eu já saí da minha casa às duas da manhã pra bater naquele portão, e nunca quis deixar pra terminar uma discussão no outro dia. É por isso que pegava o ônibus e viajava depois do expediente pra voltar na manhã seguinte e nunca tenho paciência. É por isso que eu errei tanto a minha vida toda, e me arrependi em seguida. É por isso que eu acertei tanto também.

Se o mundo acabasse amanhã mesmo, eu teria certeza absoluta que tentei de todas as formas, com todas as pessoas. Todos eles sabem o que devem saber. O quanto eu sou descontrolada, nervosa e briguenta, o quanto eu os amo com todas as minhas forças, e que se eu tivesse sete vidas, daria todas por cada um deles, sem pensar uma vez sequer.

Eu não quero, e não vou comprar um sabor novo de trufa. Porque é a tradicional que eu amo.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz.. Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.


Chico.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quase vinte anos...

Eu tô em crise. Sério. Enlouquecida.

Crescer é bom, mas não é fácil. Mudar idem.

Quando se é criança, a segurança é garantida, pois não depende da gente, e sim de todo mundo que nos rodeia. Nosso único dever é acordar e viver. Simples assim.

Na adolescência, a coisa pode mudar um pouco para alguns, ou continuar na mesma, para outros. Novamente vai depender do teu progenitor, ou de quanto ele te “paitrocina”.

Um belo dia, o meu me disse que era hora de me virar. A água bateu e fui aprendendo a nadar.

Até então, você ainda pode errar. Ainda pode se dar ao luxo de ser vagal no colégio, de arrumar um empreguinho furreca com seu pai, apenas pra ter grana pra balada. Mas tudo tem seu preço. A essa altura, você ainda não manda nada e vai ter que continuar seguindo as regras da casa, voltar no horário estipulado e aguentar o perrengue se alguém perceber que você não consegue enfiar a merda da chave no buraco da fechadura de tão bêbado.

Com o passar dos últimos anos da adolescência, a sede por independência e privacidade vai aumentando quase que em progressão geométrica. Você vai querer sair sem dizer pra onde vai, voltar quando quiser (ou não voltar), vai querer o seu espaço, o seu tempo, levar seu namorado pra dormir em casa, levar os amigos pra uma reuniãozinha, ou ter a casa toda pra andar pelado ouvindo um megafuckingloud rock'n roll pra relaxar, depois de um dia de trabalho.

De qualquer forma, isso tudo simplesmente não combina com a sua mãe esquentando o seu leitinho de manhã.

E por causa dessas e outras, em alguma hora, depois dos 18, 19 e antes dos 25 anos, a sua cabeça vai dar um nó. Você vai se dar conta que tem que dar um jeito na vida, não importa como. Vai se dar conta que não é, nem de longe, tão adulto quanto achava que as pessoas de 20 e poucos fossem, quando você tinha 15.

Vai se dar conta também que o tempo passou mais rápido do que você esperava, que você não evoluiu absurdamente daquele primeiro emprego no shopping, que era bom mas não o suficiente e que está longe de onde imaginava que estaria a essa altura. Por conta disso, vai surtar imaginando onde estará daqui a alguns anos.

Tem gente que continua com a vida de sempre e de alguma forma tenta conciliar esse troço da liberdade com as regras impostas pelos donos da casa, seja fazendo acordos, fazendo chantagem emocional, seja quebrando tudo e vencendo pela força.

Aqui, não tem coisa mais ridícula do que um cara de vinte e poucos anos, morando em casa, usando o carro da mãe, trabalhando com o pai, e querendo dar ordem porque, afinal, ele é adulto.

“Puta que pariu, mãe! Cadê meu leite, porra!? Tô atrasado!”

Como eu já disse, mudar não é fácil, mas é necessário. Eu estou com 19 anos. Olhando em volta, todas as minhas roupas, as minhas coisas, tudo está prestes a ser guardado e empacotado, pra sair de uma cidade de 500 mil habitantes e antes ter saído de uma cidade de 35 mil habitantes, e agora ir morar no meio da selva.  Na terra da garoa, Sumpaulo. Não faço a mínima idéia do que vai acontecer, mas preciso arriscar.

Ainda tem um bom caminho até a minha cobertura no Morumbi. Mas quando chegar lá, eu mando o convite da festa.  :)

domingo, 15 de abril de 2012

I can do it!

Quando criança, eu era fascinada por todo e qualquer tipo de adultice. Dirigir, trabalhar, fumar, fazer compras, tudo me parecia tããão chique. E as minhas melhores histórias foram motivadas por essa mente precoce.

Eu tinha um aterrorizante costume por volta dos 4 anos de idade: fugir. Aterrorizante pro coitado que estivesse incumbido de vigiar a minha minúscula pessoa, pois pra mim, era só aventura. Eu corria desembestada portões afora, rumo à liberdade que ia me permitir fazer tudo aquilo que eu achava emocionante. Numa das fugas, me encontraram no mercadinho da rua de cima, com uma cestinha em mãos. Bolachas, chocolate, e mini absorventes íntimos. Porque aqueles eram do meu tamanho.

Enfim, no meio das coisas admiradas estavam – óbvio – os afazeres domésticos. Aiminhanossa, QUE legal era aquilo! Cozinhar, lavar louça, lavar roupa!

E nessa admiração louca e selvagem, eu vivia querendo ajudar. Mas só me deixavam tirar o pó das coisas, fato que me deixava assaz emputecida.

Um dia eu decidi lavar a louça. Dane-se. Estava sozinha em casa, iam chegar e me admirar eternamente. Peguei um banco, subi (uia), e fui me completar como mulher. Aos 6 anos. Olhei pro lado e lá estava ele, a bela louça branca reluzindo, meu amigo das horas de desespero: o filtro d’água (vaso sanitário em cima da pia NÃO). Então tive uma idéia que ia enaltecer homericamente a minha pessoa perante todos e para todo o sempre: botar água no troço.

O que eu consegui foi derrubar aquela porra de cima da pia. Espatifou no chão, e eu chorei sozinha por meia hora antes de criar coragem de ligar pra minha mãe. Patético.

Enfim, alguns anos mais tarde, eu me lembrava dessas coisas com um ódio mortal enquanto limpava o banheiro sob ameaça de não sair no final de semana caso o serviço estivesse malfeito. E durante muito tempo, uma palavra era sinônimo de terror, pra mim: faxina. Nessa época, eu até perdi o gosto pela sexta-feira. Virou um dia amaldiçoado.

E quando saí do cursinho de inglês que eu mal frequentava, devido a matança de aulas pra ir na lan house ver  carinha cabeludo que eu namorava, passei a cozinhar para a minha família. Virei a Amélia oficial do meu lar interiorano. Uma diarista não remunerada. Mais ódio. Ódio com azeite e Sazon.

O que eu não podia adivinhar é que todo esse ódio ia valer a pena quando eu tivesse que cuidar sozinha do meu próprio traseiro. Os próximos parágrafos são dedicados à senhora minha mãe:

Mãe, muito obrigada por através de muito trabalho escravo me transformar num às das panelas e dos afazeres domésticos. Graças à você, eu sou uma dona de casa foda e uma cozinheira mais foda ainda. Valeu mesmo!

Mas não posso esperar pra te ver lavando talheres na MINHA pia.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Tempo, tempo, tempo, tempo..

Haters gonna hate, mas a real é que eu não suporto quem fica de mimimi falando que a infância dele foi melhor do que a infância das crianças de agora.

Claro que foi. Foi a SUA infância.

É, sou de 1992 e tenho míseros 19 anos. Minha infância não foi há tanto tempo assim. Mas, na minha infância, você precisava ter muita grana pra ter videogame, computador, celular, internet e tv a cabo. E meus pais não tinham pra tudo isso.

Meu “acesso à tecnologia” era o super nintendo com os mesmos jogos de sempre e, às vezes, um joguinho novo que eu e minha irmã alugávamos na sexta-feira, porque a devolução caía no domingo e eles estendiam até segunda. Ou, no máximo, uma fita nova que meu primo-vizinho me emprestava, quando pegava com os amigos dele.

Computador? No sir. Isso era só no trabalho do meu pai e para trabalho mesmo. E na loja do meu tio, me lembro que ele comprou vários computadores, e em dois meses estavam todos quebrados, pois eles não se importavam muito. Tinham vários e não faria diferença. Não era o que acontecia com a gente. E ah, tinha acesso no colégio também. O primeiro computador da casa foi quando minha irmã entrou no Ensino Médio. E aí a internet era discada AND cara, então era só no domingo.

Celular ganhei faltando um mês pros meus 13 anos. Minha irmã já tinha! Ganhamos o mesmo celular, “o primeiro com tela colorida”, segundo o meu pai.
Antes disso, nossa diversão era trocar o toque do celular dele por um monofônico “La Cucaracha” e ligar pra ele enquanto estivesse na fila do banco, só pro véio passar vergonha. A gente nem via a cena, mas só de imaginar a cara dele, morríamos de rir.

Meu ponto é: eu tinha pouco acesso a essas coisas, assim como era com a minha irmã, nove anos mais velha que eu, ou meus primos, 5, 7 anos mais velhos. Mas quando a gente tinha, cara, era MUITO MASSA.

Minha infância foi maravilhosa. E eu me divertia muito descendo de carrinho de rolimã com meus primos e minha irmã… Tanto quanto me divertia quando a gente se juntava nas férias pra passar uma fase foda do Super Mario World.

O capote que levei com minhas 2 primas e minha irmã descendo no genial carrinho de rolimã com rodas de velotrol planejado para 4 pessoas que meu primo criou está guardado na minha cabeça com o mesmo carinho que guardei o tilt no videogame logo depois de fiiiinalmente passar aquela fase desgramada do mundo especial, a “Tubular”, porque pulamos demais e trombamos com o console sem querer. Foi uma tragédia.
Sem contar dos Teleféricos feitos com engradados de supermercado. O máximo do improviso. Eram simples e genial!

Nossa infância vai ser sempre maravilhosa. As crianças de agora não vão se arrepender de nada. Eles vão se divertir com as coisas novas que vão aparecer e lembrar com carinho das antigas.

Ou será que a emoção de jogar um Wii ou um Xbox com Kinect pela primeira vez foi só minha?

E, quem somos nós para falar deles?! Com a minha idade, minha mãe estava casando com meu pai e planejando uma vida inteira. E eu não sei nem o que vou fazer daqui um semestre, quando começar a faculdade. Eles compravam móveis para casa. Eu penso em comprar um tablet.

O que eu vejo? Um monte de marmanjo de 30 anos SE DIVERTINDO HORRORES com um aplicativo para iPadPodPhone e reclamando de crianças que jogam joguinhos.

Se temos direito de reclamar da infância que essas crianças de hoje levam, acho que nossos avós tem também o direito de reclamar da nossa. Ou mesmo da nossa vida atual, né?

Alguém se arriscaria a perguntar pra minha avó, que casou com 15 anos (porque o pai dela ia mudar de cidade e era mudar ou largar do namorado), lavava roupa no riacho e estendia na grama e limpava a casa da sogra subindo em banquinho pra limpar no alto, mesmo grávida de 8 meses, o que ela pensa da vida que levamos agora?

I don’t think so.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Quer um conselho?

Assim como no final de 2010, poderia ter feito um post sobre minhas metas para o ano seguintel. Ensaiei, ensaiei e nada. Poderia também fazer um post sobre o que me aconteceu de legal no ano de 2011, mas isso vai ficar também para outra ocasião. Hoje só quero reclamar um pouco.
2011 me rendeu dívidas. Só quero reclamar e aconselhar mesmo.

1) Quando e se um dia se mudar de cidade, leve suas amigas junto ou brigue ou as mate. Senão vão gastar uma fortuna com passagens, gasolina e drinks.
Vocês podem optar também em fazer a "linha Kátia" e recusar todos os convites de visitas. Pode funcionar!

2) Se um dia saírem de um Pub e a caminho do carro encontrarem um gatinho muito, muito, mas muito fofo, não o peguem no colo. Evite contato. Não se apaixonem. Principalmente se esse gatinho for carente e tentar "mamar" em vocês. O que é uma fofura djowtro mundo. Não os olhe no olhos. É uma cilada!
E ainda se você morar com uma irmã mais velha que saia pra trabalhar de manhã e deixe seu gato escapar, o que causaria um desaparecimento, seguido de acidente e você se debulhando em lágrimas atrás de um veterinário as 23h, que por mais que seja gente boa, vá te arrancar um dos rins para pagar a conta. Se isso acontecer com vocês, não vá nem ao Pub. Mate a irmã, o gato e o veterinário para não ter que deixar alguns R$3.000 em internações, anestesias e cirurgias.

3) Não assinem Nextel. E se você é alguém como eu, que bebe como eu. Que já perdeu cerca de 5 RGs. Porta-cartões com cartão e cpf. Que se perde vez ou outra dentro da própria casa ou até mesmo, se perde dentro da própria mente, não compre o celular mais caro por ser o único celular bonito, mesmo sabendo que não vai durar mais do que 3 meses, e como comprei escondido, viria na fatura durante 10 meses. Fumo!
Bebi, me joguei na piscina com o celular. Sobre o efeito do tal etílico, me deparei com algo no fundo e jurei ser um sapo. Pisei umas 2 vezes para ter certeza e sai correndo. Peguei a peneira e encontrei meu celular. Sentei, chorei e pedi pro Di me levar na nextel, mesmo bêbada.
Resumindo: corro todos os dias para pegar minhas faturas, vai que meu pai aparece aqui do nada e de repente vê que devo um celular que ele nunca viu.

4) Use apenas batom, blush, rímel. Ter vício em maquiagem me rendeu muita dívida também.

5) Nunca trabalhe em Shoppings.

Agora que eu já reclamei, já posso falar sobre as coisas boas que me aconteceram.. Mas isso vai ficar para outra ocasião.


Hasta la vista!

domingo, 1 de abril de 2012

Hoje!

Decidi hoje falar sobre coisas das quais eu não tenho nenhum conhecimento;
Citar filmes dos quais eu não achei tão bons, mas como são cults não me atrevo a dizer que não gosto;
Decidi gostar de todas as bandas cool, e tem que ser o mais desconhecidas possíveis, e se passar na MTV eu deixo de gostar, mas pra falar a verdade nunca ouvi o álbum todo dessas bandas;
Gostar de literatura, Dostoievski e mentir pra todos dizendo que nunca li um best-seller;
Decidi hoje filosofar sobre a vida usando o único autor que eu conheço Nietzsche, e o conheço mal, tanto que ao falar sobre, o mesmo deve estar se revirando no caixão;
Criticar a sociedade usando autores dos quais eu só ouvi o que o professor do pré-vestibular falou;
Decidi hoje acreditar no comunismo. Trotsky e Marx são os meus ídolos, mas reproduzo fielmente em minhas ações o modo de produção capitalista e não tenho a mínima idéia de quem é Trotsky;
Decidi hoje que sou hype, seja lá o que isso signifique.
Ah!! Também sou vegan! Coitadinho dos pobres animais que sofrem como qualquer ser humano racional. Mas a minha bota é de couro original, tá? Porque já tentei usar couro sintético e é o ó.
Sabe o que é o mais bacana? As pessoas como eu não vão nem desconfiar que eu sou uma burra que só reproduz as coisas que ouço por aí sem o mínimo de senso crítico e vão me achar o máximo! ufa
É… essa é a intelectualidade dos dias de hoje.
Mas tudo bem, porque eu decidi ser assim por hoje. Só hoje.



Rá! 1º de Abril..

Ps: Ótimo dia pra se começar algo que provavelmente não vai ser levado a sério. Mas eu prometo que vou tentar.